Dudes Entrevistam – Gustavo Villani, narrador do Fox Sports

9 de novembro de 2016

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No episódio de hoje, vamos bater um papo com um dos grandes narradores da atualidade, Gustavo Villani, do Fox Sports. Esperamos que todos vocês possam curtir e se emocionar com essa conversa bem bacana que tivemos. SOBE O HINO!

 The Dudes: Gustavo, como foi sua entrada para o jornalismo e desde o princípio você já queria ser da área esportiva?

Gustavo Villani: Eu hesitei entre Direito e Jornalismo, antes de prestar vestibular. Escolhi bem, sou feliz, e estudei na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Desde o primeiro momento, quis entrar para área esportiva.

The Dudes: Você começou no rádio. Como foi esse início de trajetória? Você desempenhou muitos papeis no seu começo pra aprender “de um tudo?”

GV: Sim. Fui estagiário não remunerado, depois produtor, repórter, apresentador e narrador. Entender cada etapa foi muito importante na minha formação. Sou grato à equipe da Rádio Transamérica, onde comecei.

The Dudes: Você acha que, mesmo nos dias de hoje, com tanta tecnologia e novos meios de comunicação, o rádio é uma boa escola pra quem está começando?

GV: Excelente. É muito importante para o improviso, velocidade de raciocínio, descrição dos fatos… É muito rico. Grande escola. Entendo que ler e escrever são importantíssimos para falar. Ou seja, não existe um caminho melhor ou pior. As mídias são complementares.

The Dudes: Em relação à narração, como você descobriu que esse era o seu negócio? 

GV: Quando garoto, gostava de imitar grandes narradores como Osmar Santos, José Silvério, Luciano do Valle, Galvão Bueno, enfim, os craques. Só não imaginava que aquelas brincadeiras seriam, um dia, meu meio de vida. Sou grato em especial à Mariza Tavares e Oscar Ulisses, que acreditaram em mim e me colocaram na estrada, na Rádio Globo/CBN.

The Dudes: Quando garoto, quais eram seus ídolos da narração? E depois que você entrou pro time, quem ainda são seus “mestres”?

GV: Então, além desses citados acima, tenho outras referências, como Éder Luiz, José Carlos Araújo, Luis Roberto, Milton Leite, Cléber Machado, enfim, costumo dizer que os bons me inspiram. Sempre. A lista é longa.

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The Dudes: Você tinha um bordão famoso na hora do gol quando trabalhava na rádio e agora nas narrações de tv acaba não usando. Mas criou outros tantos para jogadas como “gol de vídeo-game” e “joga a luva, goleirão”. Você acha que o narrador tem que ter algum bordão ou isso vem com o tempo, uma coisa mais natural?

GV: Para mim, é um mantra: o mais importante é narrar o jogo. Bordão é detalhe e só tem valor quando se encaixa naturalmente. “Abandonei” o ‘Sobe o Hino’ porque na televisão não existe hino dos clubes, no momento do gol. Sem problema, sem traumas. Quando o narrador prepara propositalmente uma situação para uso do bordão é que perdeu a espontaneidade do lance. Tento evitar, às vezes, é preciso descansar o bordão.

The Dudes: Você já narrou grandes jogos nessa sua passagem pelo Fox Sports. Desde campeonato inglês, Espanhol, Copas nacionais até a final da copa do mundo e a medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas. Qual é a emoção de ter a sua voz nesses momentos históricos? E qual o seu jogo ou jogos históricos favoritos?

GV: As finais da Copa e Olimpíada foram especiais. Mas guardo com carinho também a final da série A2, em 2011, XV de Piracicaba x Guarani, que terminou 2 a 2 no tempo normal com o XV campeão nos pênaltis. Eu gosto de narrar futebol, acima de qualquer pompa. Às vezes, um grande clássico não confirma todas as expectativas e um jogo qualquer pode se fazer gigante. Futebol não tem roteiro pronto.

The Dudes: Você tem planos de voltar ao rádio algum dia?

GV: Planos, não. Mas voltaria com prazer, se assim o destino apontasse…

The Dudes: Você se vê, mais pra frente na sua carreira, em outro seguimento do jornalismo que não seja o esportivo? 

GV: Não… Mas toparia qualquer bom desafio, desde que tivesse tempo de ambientação. Sou jornalista, acima de qualquer editoria.

The Dudes: E, finalizando nossa entrevista, Gustavo, para quem está começando a carreira e pensa seguir como narrador, o que você pode dar de dica ou conselho?

GV: Poxa, não sou bom de dicas e conselhos, mas o que posso passar é o que acredito ser bom pra mim: zelo, amor à profissão que exige abnegação (finais de semana, datas festivas, feriados). Fazer bem feito dá trabalho, mas vale a pena. A vaidade intelectual, aquela que nos empurra pra frente, que exige suor, dedicação, é muito melhor do que a vaidade passageira, que namora o ridículo. A profissão vai muito além de aparecer na televisão, ficar conhecido e bobagens do tipo. Vale a pena, desde que bem feito.

The Dudes: Gustavo, obrigado demais pela atenção…

GV: Eu que agradeço, desejo sucesso! Espero ter ajudado.

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